Você está vendo a documentação do Kubernetes versão: v1.22

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Organizando o acesso ao cluster usando arquivos kubeconfig

Utilize arquivos kubeconfig para organizar informações sobre clusters, usuários, namespaces e mecanismos de autenticação. A ferramenta de linha de comando kubectl faz uso dos arquivos kubeconfig para encontrar as informações necessárias para escolher e se comunicar com o serviço de API de um cluster.

Por padrão, o kubectl procura por um arquivo de nome config no diretório $HOME/.kube

Você pode especificar outros arquivos kubeconfig através da variável de ambiente KUBECONFIG ou adicionando a opção --kubeconfig.

Para maiores detalhes na criação e especificação de um kubeconfig, veja o passo a passo em Configurar Acesso para Múltiplos Clusters.

Suportando múltiplos clusters, usuários e mecanismos de autenticação

Imagine que você possua inúmeros clusters, e seus usuários e componentes se autenticam de várias formas. Por exemplo:

  • Um kubelet ativo pode se autenticar utilizando certificados
  • Um usuário pode se autenticar através de tokens
  • Administradores podem possuir conjuntos de certificados os quais provém acesso aos usuários de forma individual.

Através de arquivos kubeconfig, você pode organizar os seus clusters, usuários, e namespaces. Você também pode definir contextos para uma fácil troca entre clusters e namespaces.

Contexto

Um elemento de contexto em um kubeconfig é utilizado para agrupar parâmetros de acesso em um nome conveniente. Cada contexto possui três parâmetros: cluster, namespace, e usuário.

Por padrão, a ferramenta de linha de comando kubectl utiliza os parâmetros do contexto atual para se comunicar com o cluster.

Para escolher o contexto atual:

kubectl config use-context

A variável de ambiente KUBECONFIG

A variável de ambiente KUBECONFIG possui uma lista dos arquivos kubeconfig. Para Linux e Mac, esta lista é delimitada por vírgula. No Windows, a lista é delimitada por ponto e vírgula. A variável de ambiente KUBECONFIG não é um requisito obrigatório - caso ela não exista o kubectl utilizará o arquivo kubeconfig padrão localizado no caminho $HOME/.kube/config.

Se a variável de ambiente KUBECONFIG existir, o kubectl utilizará uma configuração que é o resultado da combinação dos arquivos listados na variável de ambiente KUBECONFIG.

Combinando arquivos kubeconfig

Para inspecionar a sua configuração atual, execute o seguinte comando:

kubectl config view

Como descrito anteriormente, a saída poderá ser resultado de um único arquivo kubeconfig, ou poderá ser o resultado da junção de vários arquivos kubeconfig.

Aqui estão as regras que o kubectl utiliza quando realiza a combinação de arquivos kubeconfig:

  1. Se o argumento --kubeconfig está definido, apenas o arquivo especificado será utilizado. Apenas uma instância desta flag é permitida.

    Caso contrário, se a variável de ambiente KUBECONFIG estiver definida, esta deverá ser utilizada como uma lista de arquivos a serem combinados, seguindo o fluxo a seguir:

    • Ignorar arquivos vazios.
    • Produzir erros para aquivos cujo conteúdo não for possível desserializar.
    • O primeiro arquivo que definir um valor ou mapear uma chave determinada, será o escolhido.
    • Nunca modificar um valor ou mapear uma chave. Exemplo: Preservar o contexto do primeiro arquivo que definir current-context. Exemplo: Se dois arquivos especificarem um red-user, use apenas os valores do primeiro red-user. Mesmo se um segundo arquivo possuir entradas não conflitantes sobre a mesma entrada red-user, estas deverão ser descartadas.

    Para um exemplo de definição da variável de ambiente KUBECONFIG veja Definido a variável de ambiente KUBECONFIG.

    Caso contrário, utilize o arquivo kubeconfig padrão encontrado no diretório $HOME/.kube/config, sem qualquer tipo de combinação.

  2. Determine o contexto a ser utilizado baseado no primeiro padrão encontrado, nesta ordem:

    1. Usar o conteúdo da flag --context caso ela existir.
    2. Usar o current-context a partir da combinação dos arquivos kubeconfig.

    Um contexto vazio é permitido neste momento.

  3. Determinar o cluster e o usuário. Neste ponto, poderá ou não existir um contexto. Determinar o cluster e o usuário no primeiro padrão encontrado de acordo com a ordem à seguir. Este procedimento deverá executado duas vezes: uma para definir o usuário a outra para definir o cluster.

    1. Utilizar a flag caso ela existir: --user ou --cluster.
    2. Se o contexto não estiver vazio, utilizar o cluster ou usuário deste contexto.

    O usuário e o cluster poderão estar vazios neste ponto.

  4. Determinar as informações do cluster atual a serem utilizadas. Neste ponto, poderá ou não existir informações de um cluster.

    Construir cada peça de informação do cluster baseado nas opções à seguir; a primeira ocorrência encontrada será a opção vencedora:

    1. Usar as flags de linha de comando caso existirem: --server, --certificate-authority, --insecure-skip-tls-verify.
    2. Se algum atributo do cluster existir a partir da combinação de kubeconfigs, estes deverão ser utilizados.
    3. Se não existir informação de localização do servidor falhar.
  5. Determinar a informação atual de usuário a ser utilizada. Construir a informação de usuário utilizando as mesmas regras utilizadas para o caso de informações de cluster, exceto para a regra de técnica de autenticação que deverá ser única por usuário:

    1. Usar as flags, caso existirem: --client-certificate, --client-key, --username, --password, --token.
    2. Usar os campos user resultado da combinação de arquivos kubeconfig.
    3. Se existirem duas técnicas conflitantes, falhar.
  6. Para qualquer informação que ainda estiver ausente, utilizar os valores padrão e potencialmente solicitar informações de autenticação a partir do prompt de comando.

Referências de arquivos

Arquivos e caminhos referenciados em um arquivo kubeconfig são relativos à localização do arquivo kubeconfig.

Referências de arquivos na linha de comando são relativas ao diretório de trabalho vigente.

No arquivo $HOME/.kube/config, caminhos relativos são armazenados de forma relativa, e caminhos absolutos são armazenados de forma absoluta.

Próximos passos